segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A Declaração de Morales na Prática.

Não falamos de política por aqui, mas esse assunto eu vi que deveria abordar.

Na Sexta-Feira dia 21, uma declaração no mínimo exacerbadamente afobada, foi realizada pelo presidente da Bolívia.

Em solidariedade a companheira ideológica do país vizinho, Dilma Rousseff, o presidente Evo Morales afirmou se a Chefe de Estado Brasileira fosse deposta de seu cargo, não hesitaria em invadir o Brasil.

Morales crê que uma ação de Impeachment contra Dilma, mesmo demandada pela maioria da população Brasileira, seria um golpe de estado e um atentado gravíssimo contra a democracia e que jamais deixaria isso acontecer novamente na América do Sul.

No inicio de 2015, o presidente Venezuelano Nicolás Maduro fez a mesma ameaça, de que invadiria o Brasil se o governo da presidenta Dilma Rousseff caísse.

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Agora comigo, Senhoras e Senhores, sabemos que a possibilidade de um confronto entre as nações sul-americanas é nula, pois um governo não se faz só por um presidente, e creio que as autoridades e a população da Venezuela e da Bolívia não apoiariam uma ação tão ousada. Porém cogitando que um dos países ameaçassem a soberania brasileira com uma invasão, e todas as possibilidades de diplomacia fossem ignoradas, e resumindo assim, que um conflito se iniciasse, patriotismo a parte, sabemos quem sairia vencedor desta guerra.

Os números não deixam mentir, comparando a quantidade de combatentes do Brasil e da Bolívia, a diferença é esmagadora, contando os reservistas e o orçamento militar, é possível imaginar que a guerra terminaria em cinco horas, e comparando com a Venezuela o quadro também não é diferente.

E reforçando, uma guerra na América do Sul continuará apenas na imaginação dos fãs de filmes de guerra e videogames.

Dados por Terra, 2008

Brasil

Orçamento de defesa 2008: R$ 43 bilhões
Forças ativas: 326.435
Soldados para cada 100 mil hab.: 170
Reservistas: 1.340.000
Total: 1.666.435

Venezuela

Orçamento de defesa 2008: R$ 5,7 bilhões
Forças ativas: 115.000
Soldados para cada 100 mil hab.: 435
Reservistas: 8.000
Total: 123.000


Bolívia

Orçamento de defesa 2008: R$ 447 milhões
Forças ativas: 46,1 mil
Soldados para cada 100 mil hab.: 498
Reservistas: 37,1 mil
Total: 83,2 mil


Dados por Military Power, 2015

Não asseguro a precisão dos dados, mas apenas para ilustrar, e ter uma ideia. Mesmo sem a exatidão dos números, é só usar a lógica.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Inventando Moda - Chiappa Rhino


Ferrari, Lamborghini, Maseratti, Giorgio Armani, Gucci, Ermenegildo Zegna, Santoni, Ray Ban, Pinifarina, B&B Italia. Itália é isso, Itália é design.

Não foi diferente com esse revólver italiano que iremos abordar, ela é puramente design! -  o Chiappa Rhino, com um design totalmente diferente e inovador, amado por muitos, mas repudiado pelos amantes dos clássicos, os revólveres da Chiappa não remetem a nada aos revólveres convencionais, exceto seu tambor, que ainda sim é diferente dos revolveres tradicionais - ele não é cilíndrico, é hexagonal.

Imagem incrível por LifeSizePotato


Lá pela década de 90, um homem chamado Emilio Gishoni registrou a patente de um revólver AUTOMÁTICO. Os revólvers convencionais exigiam um longo curso do gatilho, na ação dupla para engatilhar a arma e depois disparar, e quem queria apenas disparar numa puxada curta, tinha que engatilhar o cão. Na ação automática, os gases do disparo recuavam o corpo da arma, e o cão era engatilhado, e o tambor girava para a próxima câmara, tornando a puxada de gatilho, uma delicia de ação simples, similar ao Weber-Fosbery, um revólver britânico histórico.
Esse revólver de Gishoni possuía um design único, e era chamado de Mateba Unica 6, ou popularmente, Mateba AutoRevolver. Para inicio de conversa, o tambor era inverso, sendo da posição de 6 horas, e não de 12 horas, nos revólveres tradicionais, sim, de ponta-cabeça, e isso torna o recuo da arma mais simpático. Decorrente dessa posição do cano, o tambor não abre para o lado, e sim para cima. A Mateba tem uma história fascinante, a qual eu quero trazer futuramente.



Retornando ao Chiappa,  o Rhino é um "sucessor espiriual" do revólver da Mateba, pois herdou os principios de design dele, sendo a posição de 6 horas do tambor, e a abertura do cilindro. O revólver Rhino não possui a ambição do projeto Automático, mas ainda sim arranca alguns sorrisos de prazer e inovação.

Essa arma tem "tático" 'estampado na testa", ela diz isso, pelos trilhos e tal, parecer vir da Magpul ou algo do tipo, porém hoje em dia ninguém usa revólver no operacional, exceto os Franceses da GIGN que usam o Manurhin MR73, em 357 pela seguinte filosofia "Com seis tiros, cada tiro tem que ser certeiro, enquanto que os 17 tiros é outra história", e o poder do calibre 357, além do mais, eles não usam qualquer arma, o Manurhin é aguenta o stress de trilhões de tiros por dia dos exaustivos treinamentos da tropa. O Chiappa tem aparato para equipar a tropa no sentido de aceitar acessórios, já não sei a durabilidade... A precisão do Chiappa é muito boa também. como já foi dito e inclusive um atirador já ganhou com ele nos EUA.




Quem for operar um Chiappa Rhino deve reeducar sua empunhadura totalmente, devido a posição do tambor, todos sabemos que parte dos gases saem pelo tambor do revólver, e manter o dedão ali do lado com uma carga quente de magnum é pedir pra se machucar, e no Chiappa isso é agravado, sem contar é claro, o fator recuo e precisão. O dedão deve ficar fechado a mão, atrás do tambor.

Nas versões de 4, 5, 6 e 8 polegadas, denominadas respectivamente 40DS, 50DS, 60DS E 80DS.


Esse revólver parece ter saído de um filme futurista não é mesmo? Um Star Trek, Star Wars e o caralho, essa arma é muito diferente. Sentado numa sala de cinema, notei que os produtores dos filmes Insurgente e Divergente compraram várias dessas para utilizar como objeto cênico, sendo a arma padrão do filme, alias, o Rhino e o Mateba.



Uma coisa notável nessa arma é o conceito dela, esses janelões dela a deixam bem leve, sem alterar o recuo. Trilhos em cima e em baixo, deixando um visual agressivo e a possibilidade de inserir lanternas, lasers e lunetas. O tambor, previamente dito é hexagonal, e esse formato possibilita tornar a arma mais "fina" e portável, e se você notar, o corpo é mais largo justamente para dar essa impressão de que o tambor e a o corpo são de larguras mais próximas.




quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Como lidar com Falhas.



É inegável que todo operador de pistola semi-automática está suscetível a falhas, a cada cinco, dez, cinquenta disparos, pode ser que sua arma falhe, pode ser que sua munição não esteja tão boa. Mas ainda que tenhamos o controle de todos os fatores, que façamos sua manutenção, limpeza e lubrificação, utilizemos munição nova, o que torna um operador exímio, não é apenas seu cuidado com o equipamento, mas sim, seu domínio das técnicas.

É frustrante se deparar com uma falha após uma sequência de disparos num stand de tiro, e num confronto real, ela pode anteceder a sua morte. Executar uma ação rápida e precisa para recuperar funcionalidade do seu armamento pode tornar as coisas muito diferentes.

O procedimento padrão utilizado para as panes é o tradicional golpe no ferrolho, porém em alguns casos você pode acabar jogando cartuchos intactos fora. Para agentes em serviço não isso não convém nenhum pouco, no Esporte tampouco, pois pode acarretar penalidades.
Vamos começar falando das panes existentes nas pistolas e o procedimento a se realizar com elas.

Sem Força



Nesse tipo de falha, a arma simplesmente não fecha completamente.  sequência rápida de disparos, você só vai perceber a falha quando puxar o gatilho e sentir ele mole. Não tem mistério, é só dar um tapinha na parte da trás do ferrolho para que a arma tranque, não existe a mínima necessidade de um golpe no ferrolho. Essa pane é comumente encontrada em armas com poeira e não lubrificadas, por isso reforço - cuide do seu equipamento! É a falha mais "bosta" e mais simples de se prevenir, e de se resolver.


Falha na Alimentação


Aqui a culpa é quase que exclusiva do operador... Acontece quando o carregador é mal encaixado na pistola, e aí ele pode cair, ou não ciclar. Como? Bom, quando o operador encaixa o carregador e esquece de dar o tapinha no bumper, na base do carregador para assegurar o encaixe. Tem gente que carrega a arma rápido, para já retomar a empunhadura, confiando somente na força das mãos, e isso pode gerar um mal encaixa do carregador, por isso é sempre bom dar o tapinha por garantia.


Dupla Alimentação


Uma das piores falhas, imagine duas pessoas obesas passando por uma catraca de metrô ao mesmo tempo, não dá, e quase a mesma coisa, um cartucho não ejetado, e um cartucho querendo subir na câmara - a arma trava. Nesse caso é necessário ter calma, sem afobação. Trave o ferrolho, para justamente remover a pressão no carregador e em seguida remova-o, dê dois golpes de segurança para se certificar que a bala na câmara saiu, prossiga com a operação, carregando a arma novamente. É aconselhável recarregar a arma com um carregador diferente do qual estava estava em sua arma, pois você não sabe se a pane é proveniente do carregador defeituoso.


Chaminé


O cartucho fica com o cú pra lua no sentido literal, mas não no figurado. Essa pane acontece quando um cartucho é mal ejetado, no retorno do ferrolho, ele acaba prendendo o cartucho e então ele fica parecendo uma chaminé. Um golpe na arma neste caso é dispensável pois você irá desperdiçar um cartucho, que já está na câmara. Prepare-se pois o procedimento a se realizar exige um total domínio de uma técnica criada pelos monges [sic]. Você vai simplesmente dar um tapa com a região hipotenar da mão no topo da arma, empurrando  o cartucho deflagrado. Creio que a imagem ilustra melhor.





A Técnica mais utilizada em todos os casos de pane baseado no principio de resolver e prevenir é baseado no Tap Rack Bang, ou seja, Batida no carregador, Golpe no Ferrolho e Disparo. O Tapa no bumper visa ajustar a posição do carregador e distensionar a mola, o golpe visa eliminar algum cartucho defeituoso na câmara e o bang... o disparo.  O melhor meio de se prevenir uma falha é cuidando do seu armamento, lubrificando, e limpando, e cuidando de sua munição, não importa a idade da munição, e sim seu estado, uma munição de 50 anos se bem estocada pode atirar, enquanto eu já vi munição de 5 falhar por mal armazenamento. O outro caso que gera falhas e nós não podemos interferir é o design da arma...Uma arma mal projetada é mais suscetível a falhas do que uma boa arma suja.